O Império Romano é o maior e mais duradouro (27 a.C. – 476 e 1453) império da antiguidade. Tem início com a lendária fundação de Roma, em 753 a.C., por Rômulo e Remo, que segundo a lenda eram gêmeos e teriam sido abandonados bebês no rio Tibre, onde sobreviveram graças a uma loba que os amamenta. Historicamente, a formação e o povoamento de Roma se dão com o encontro de três povos da península itálica: os etruscos, os gregos e os italiotas. Roma foi dividida em três períodos: Monarquia, República e Império.
MONARQUIA
Nesse período, a sociedade é dividida em patrícios (nobreza territorial e militar) e plebeus (artesãos e comerciantes), e o governo é exercido por um rei vitalício (até morrer) e pelo Senado, que congrega os patrícios. A centralização do poder pelos reis leva os patrícios derrubar a monarquia, em 509 a.C., e a implantar a República.
REPÚBLICA
Na república o órgão supremo é o Senado. Os senadores, vitalícios, supervisionam as finanças públicas, dirigem a política externa e administram as províncias. As funções executivas são distribuídas entre os membros da Magistratura, como os cônsules (embaixadores) e os tribunos da plebe. Os tribunos surgem da luta dos plebeus por direitos políticos. Entre suas conquistas se destaca a Lei das Doze Tábuas, em meados do século V a.C., quanto a legislação, então transmitida por via oral e manipulada pelos patrícios, passa a ser escrita e pública.
EXPANSIONISMO
A partir de 510 a.C., Roma dedica-se à conquista de toda península itálica. Em 264 a.C., o interesse pela Sicília põe os romanos em conflito com Cartago, dando início às Guerras Púnicas, das quais saem vencedores. Os séculos seguintes são de contínua expansão territorial. Os romanos conquistam a Macedônia e a Grécia, a Ásia Menor, o Egito, a Cirenaica (atual Líbia), a península Ibérica, a Gália (França), a Ilíria (Albânia), a Trácia, a Síria e a Palestina. As conquistas provocam mudanças. Roma deixa de ser agrária e torna-se mercantil, urbana e luxuosa. O Exército ganha poder e o escravismo se generaliza.
CRISE NA REPÚBLICA
A população de Roma cresce e aumenta a tensão social. O governo adota a política do ''pão e circo'', distribuindo trigo e promovendo espetáculos gratuitos, o que continua até o Império. A partir do século II a.C., as reformas defendidas pelos irmãos tribunos Tibério e Caio Graco, em benefício de plebe, e as lutas entre patrícios e plebeus enfraquecem o Senado. O general Julio César forma uma aliança política com Crasso e o general Pompeu, e em 46 a.C. põe fim à República e torna-se ditador. É assassinado dois anos depois. As disputas internas dividem os domínios entre seus três integrantes em 40 a.C.: Marco Antônio fica com o Oriente; Emílio Lépido, com a África; e Otávio, com o Ocidente. Graças a manobras do Senado e a uma guerra civil entre Marco Antônio e Otávio, Otávio conquista plenos poderes. Em 27 a.C., recebe o título de Augusto (filho divino), iniciando o império.
IMPÉRIO
Otávio Augusto fortalece seu poder com um exército de 300 mil homens. Depois de sua morte os outros governantes dessa dinastia são Tibério (14-37), Calígula (37-41), Cláudio (41-54) e Nero (54-68). Seguem-se a dinastia dos Flávio (69-96) e a dos Antônio (96-192), na qual o Império vive os séculos de ouro (séc. I e II). Roma atinge sua maior extensão territorial com Trajano, entre 98 e 117. Além de pacificar o Império, Adriano (117-138) faz uma reestruturação política e militar e codifica o direito romano. No reinado de Marco Aurélio (161-180), há grande progresso cultural.
DECADÊNCIA
Na dinastia seguinte, dos Severo (193-235), a fragilidade da economia, a desigualdade social, a corrupção e a politização do Exército começaram a abalar o Império. Com o fim da expansão territorial, o número de escravos diminuiu, afetando a agricultura e o comércio. O governo emite a moeda, desencadeando a inflação. A redução do Exército facilita a penetração dos bárbaros. A crise é acentuada com a popularização do cristianismo. Por negar a escravidão e o caráter divino do imperador e por criticar os hábitos romanos, ele inicialmente é combatido, mas torna-se a religião oficial do Império em 380. Em 395, o imperador Teodósio divide o território em Império Romano do Ocidente e do Oriente. O do Ocidente dura 80 anos, quando Roma é tomada pelos bárbaros. O do Oriente (Bizantino) estende-se até 1453, quando é tomada pelos turcos-otomanos.
Entre os legados da civilização romana estão o latim (da origem ao francês, espanhol, italiano e português) e o direito romano, base do sistema jurídico ocidental. A arquitetura foi a arte mais desenvolvida. Mistura arcos etruscos e colunas gregas em obras que exaltam a nação, como o Coliseu e o Panteão de Roma.Império Romano em sua máxima extensão. |
JULIO CÉSAR (100 a.C.-44 a.C.)
General romano. Um dos maiores líderes militares de Roma. Seu nome vira sinônimo de imperador. Nascido na aristocracia romana, inicia sua carreira política como advogado em 78 a.C. Em 60 a.C., forma o I Triunvirato com Crasso e Pompeu. Ganha fama, fortuna e poder ao conquistar a Gália e a Bretanha, entre 58 e 50 a.C. Após a dissolução da aliança política, enfrenta o Senado, conquista Roma e torna-se ditador em 46 a.C. Mas é assassinado dois anos depois na escadaria do Senado.
OTÁVIO AUGUSTO (63-14 d.C.)
Primeiro Imperador romano. Após o assassinato do seu tio-avô,Julio César, interrompe os estudos militares para assumir o poder, mas enfrenta a oposição do Senado. Une-se a Marco Antônio e Lépido, com os quais conquista Roma. Lépido morre quando Otávio já havia vencido Marco Antonio. O Senado dão-lhe em 27 a.C. o título de Augusto, o mesmo conferido aos deuses, o que marca o início do Império Romano. Com poder absoluto, estende o domínio romano aos rios Reno, Danúbio e Eufrates, proclama a Pax Augusta (paz e expansão mínima) e incentiva a cultura.
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